dezembro 12, 2014

Fractal. Esta forma infinita revela-se, justamente por ser a forma que guarda em si a qualidade da infinitude, a forma do ordenamento natural da relação espaço/tempo/consciência. Neste sentido, encontramos na forma fractal o fluxo de desvelamento do real, isto é, o caminho da evolução do universo. Sendo este caminho sempre o caminho da não forma à forma, ou de uma forma anterior à uma forma posterior, num crescente da qualidade do ordenamento.

O ordenamento se repete igualmente em múltiplas dimensões conectadas. O crescimento da ordem na consciência que ocorre na transformação de uma criança a um adulto, segue o mesmo padrão de crescimento de ordenamento da consciência da humanidade no tempo histórico. Sendo este sempre um crescimento curvilíneo em direção ao centro, e que guarda sempre em si um conexão com o infinito, ou, com outras infinitas curvaturas na formação crescente de uma outra ordem ainda maior.

O caminho da não ordem a ordem não é um caminho linear, assim como tempo não é linear, assim como a consciência também não é. Desta forma, pode parecer estranho que eu diga que o caminho é da não ordem a ordem. De fato, toda a ordem, toda a estrutura, todo o tempo coexiste ao mesmo tempo, mas a consciência, a percepção só pode abarcar um ordenamento de cada vez, uma figura, uma curvatura por instante. Assim, aquilo que entendemos como linearidade temporal, é na verdade o caminho da consciência sobre a curvatura espaço-temporal do real. Sendo o real aquilo que une o tempo e o espaço, Deus.

Deus é a forma, a figura em seu todo. A única coisa que transcende a consciência. A energia que liga o futuro ao presente ao passado. O tempo e o espaço e o movimento da consciência neste continuum.

Pensamos então, o universo como temporalmente infinito. Porém a consciência sim, parte de um princípio e de um dado ordenamento inicial, primitivo e pouco encurvado. A consciência começa a percorrer a primeira dobra até que descobre uma segunda forma contida no interior da primeira. A consciência então adquiri uma maior complexidade enxergando um real também mais complexo. O real é o trilho espaço-temporal sobre o qual a consciência caminha e cresce e aí podemos compreender como o real e a consciência são ambos fractais. A consciência caminha sobre um fractal e o descobre e ao mesmo tempo ela mesma torna-se algo diferente, ela se dobra conjuntamente ao real.

A memória é o índice do desdobramento. A primeira consciência não tem memória, está só pode surgir no momento em que há uma curvatura. Neste instante, a consciência percebe a diferença.

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